terça-feira, 8 de maio de 2012

Enquanto a gente é criança a vida parece simples.
Será?
Depende.
Qual criança? Qual infância? Qual adulto enxerga assim?
Tudo aquilo que verbalizamos sai carregado de valores e crenças que muitas vezes sequer fazemos idéia. Alguém pode dizer "a minha infância foi uma tranquilidade, brincava na rua, subia na árvore, comia fruta do pé, ia pra escola e voltava correndo pra tomar café da tarde com bolo e leite. Daria tudo para ter de novo aquela paz e sentir aquele cheiro gostoso de casa feliz e colinho de mãe. De esperar o pai no fim de tarde voltando da lida, cansado mas com sorriso nos lábios".
Outro, no entanto, pode falar "a minha, não quero nem lembrar. Todo dia meu pai chegava bêbado, batia na mãe, nos irmãos e em mim. A gente vivia com medo...hoje durmo tranquilo, tenho minha casa, meu trabalho, sou dono do meu nariz".
O que nos ensina isso? Clareia nossas idéias sobre as verdades absolutas proferidas do alto de nossa santa ignorância, porque muitas vezes, na correira do dia-a-dia nos esquecemos que aquele que está a nossa frente teve outra vida, outra história, e mais, viu e sentiu de um jeito único: o dele.
E as diferenças não acontecem apenas entre histórias obviamente distintas. O que dizer de irmãos, com os mesmos pais, mesma condição social, mesmos familiares? Cada um viu de um jeito, sentiu de outro e passou a agir e reagir e corresponder aos acontecimentos da vida de forma oposta.
Às vezes nos pegamos cobrando do outro posturas que ele simplesmente não pode ter. Acabamos exigindo de nossos pares respostas e reações coerentes e plausíveis de acordo com nossa opinião. E sofremos. E brigamos. E nos afastamos indignados com a atitude "errada, equivocada, feia até" daqueles que mais gostaríamos de ter por perto.
O que fazer? Nada.
Muitas vezes o melhor é não fazer nada. Se pelo menos conseguirmos não agredir, explodir e apenas respirar, profundamente, talvez a gente consiga acalmar, centrar, silenciar......se inspirar e encontrar um caminho melhor.
O caminho do meio.


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