quarta-feira, 23 de maio de 2012

O ser humano possui uma capacidade única em ser adaptar. Não fosse isso, não teria chegado até aqui. No entanto,  sua fragilidade é diretamente proporcional. Diariamente lidamos com conflitos internos e externos relacionados a tudo. E quando não existe o conflito, as ações servem para escancarar nossa fragilidade. Um olhar atento, percebe. Não há o que fazer. A vida está aí para que possamos resolver conflitos. E, a cada resolução, outro conflito se apresenta.  Daí a importância de uma educação ativa. Ou seja, desde cedo é preciso criar possibilidades para que a criança crie, reflita e produza. É preciso colocar em prática o que se tem na teoria. Basta do professor moldador. Aquele que traz a informação pronta, despeja verticalmente e lava as mãos. Num mundo como o de hoje, acelerado, com pressa, é preciso praticar a dialética, as diferentes abordagens sobre um mesmo tema. Um professor facilitador de vivências! É o retorno ao método socrático. Tá bom, pra quê tanta reflexão, afinal?
Para não permanecermos no morno, no óbvio, no já proposto.
Fala-se muito em gestão disto, gestão daquilo. Trocando em miúdos, gestão de pessoas, de negócios, do indivíduo e por aí vai, é basicamente o exercício da análise dos dados, reflexão e posterior escolha do melhor caminho, da melhor solução. Autoconhecimento também é isso. É mergulhar, reconhecer, analisar, optar, atuar. Simples assim? É, simples assim.
Azul Profundo

Lembro-te em azul profundo
A cor do mundo...
E a luz do mar!
Quero te em azul profundo
A cor da minha alma
E do meu amar
Lagrimas minhas
Que caiem em imensidão
Elas são em azul profundo
Não são de tristeza...
São de paixão
Saudades de uma...
Linda ilusão...
Em azul profundo
Esqueci a razão...

Henriqueta Lisboa

Delicado, não? Pois é. Troca de conhecimento. Minha menina de 12 escolheu este poema pra apresentar na classe. Encantei. Henriqueta foi a 1ª mulher eleita membro da Academia Mineira de Letras. Publicou vários ensaios e poesia. Recebeu vários prêmios, entre eles, o Prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras. Foi professora de Literatura na PUC MG e UFMG. Morreu em 9 de outubro de 1985 em BH. É isso.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Enquanto a gente é criança a vida parece simples.
Será?
Depende.
Qual criança? Qual infância? Qual adulto enxerga assim?
Tudo aquilo que verbalizamos sai carregado de valores e crenças que muitas vezes sequer fazemos idéia. Alguém pode dizer "a minha infância foi uma tranquilidade, brincava na rua, subia na árvore, comia fruta do pé, ia pra escola e voltava correndo pra tomar café da tarde com bolo e leite. Daria tudo para ter de novo aquela paz e sentir aquele cheiro gostoso de casa feliz e colinho de mãe. De esperar o pai no fim de tarde voltando da lida, cansado mas com sorriso nos lábios".
Outro, no entanto, pode falar "a minha, não quero nem lembrar. Todo dia meu pai chegava bêbado, batia na mãe, nos irmãos e em mim. A gente vivia com medo...hoje durmo tranquilo, tenho minha casa, meu trabalho, sou dono do meu nariz".
O que nos ensina isso? Clareia nossas idéias sobre as verdades absolutas proferidas do alto de nossa santa ignorância, porque muitas vezes, na correira do dia-a-dia nos esquecemos que aquele que está a nossa frente teve outra vida, outra história, e mais, viu e sentiu de um jeito único: o dele.
E as diferenças não acontecem apenas entre histórias obviamente distintas. O que dizer de irmãos, com os mesmos pais, mesma condição social, mesmos familiares? Cada um viu de um jeito, sentiu de outro e passou a agir e reagir e corresponder aos acontecimentos da vida de forma oposta.
Às vezes nos pegamos cobrando do outro posturas que ele simplesmente não pode ter. Acabamos exigindo de nossos pares respostas e reações coerentes e plausíveis de acordo com nossa opinião. E sofremos. E brigamos. E nos afastamos indignados com a atitude "errada, equivocada, feia até" daqueles que mais gostaríamos de ter por perto.
O que fazer? Nada.
Muitas vezes o melhor é não fazer nada. Se pelo menos conseguirmos não agredir, explodir e apenas respirar, profundamente, talvez a gente consiga acalmar, centrar, silenciar......se inspirar e encontrar um caminho melhor.
O caminho do meio.